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Atividade industrial gaúcha caiu pelo terceiro mês seguido
12/07/2021
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O Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI/RS), divulgado pela FIERGS, registrou queda de 1,6% em maio, na comparação dessazonalizada com abril. Este foi o terceiro resultado negativo seguido do índice, acumulando baixa de 3,0%.
O faturamento real (-8,3%) foi o componente do índice que mais influenciou a redução em maio, impactado também pelas horas trabalhadas na produção (-1,8%) e pelas compras industriais (-0,9%). A utilização da capacidade instalada (UCI) atingiu 81,4% em maio, praticamente o mesmo patamar de abril (81,2%). Os indicadores associados ao mercado de trabalho, por sua vez, cresceram no período: o emprego, +0,6%, completou um ano de crescimento ininterrupto nesta base, e a massa salarial real, +2,4%.
Os resultados anuais, por outro lado, seguem favorecidos pela reduzida base de comparação: abril de 2020 é o piso da série histórica do IDI/RS e maio é o segundo menor nível. Nesse contexto, o índice de maio de 2021 cresceu 22,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Na comparação entre os cinco primeiros meses de cada ano, a expansão acumulada do IDI/RS alcançou 17,6%, com destaque, entre os componentes, para as compras industriais (+43,1%), do faturamento real (+20,5%) e das horas trabalhadas na produção (+19,9%). A UCI (+7,1 p.p.), o emprego (+4,8%) e a massa salarial real (+2,4%), também tiveram desempenhos positivos.
Já do ponto vista setorial, nos primeiros cinco meses de 2021 comparativamente ao mesmo período do ano passado, apenas o setor de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,1%) registrou queda entre os dezesseis pesquisados. A atividade industrial gaúcha foi puxada nesse período, principalmente, por Máquinas e equipamentos (+37,5%), Produtos de metal (+32,4%) e Veículos automotores (+23,2%), Químicos, derivados de petróleo (+8,7%) e Alimentos (+5,6%).
Os resultados dos Indicadores Industriais do RS de maio confirmam que o setor passa por um processo de desaceleração, impactado pela escassez e, principalmente, pelo intenso aumento dos custos dos insumos e matérias-primas, pelos efeitos da terceira onda da pandemia e pela redução dos auxílios governamentais
Apesar disso, a atividade industrial gaúcha permanece em níveis superiores ao pré-pandemia e as expectativas para os próximos meses seguem positivas. Isso se deve ao retorno gradual das atividades econômicas, à redução do isolamento social, o avanço da vacinação no país, e, sobretudo, à conjuntura favorável ao agronegócio, com aumentos dos preços internacionais e a depreciação cambial, que vem impulsionando o segmento metalmecânico e as exportações industriais do estado. No entanto, os problemas na cadeia de suprimentos devem continuar sendo o maior entrave.
Fonte: Fiergs