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Geração de empregos: resultados de 2021 e projeções para 2022
15/02/2022

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Saldo elevado de vagas criadas em 2021 foi muito impactado pelo Benefício Emergencial (BEm) e deve reduzir consideravelmente em 2022.

No acumulado de janeiro a dezembro de 2021, o Rio Grande do Sul abriu 140,3 mil postos de trabalho com carteira assinada, de acordo com os dados do Novo CAGED, divulgados recentemente pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O resultado mais do que repõe a perda de 42,5 mil empregos observada em 2020. Olhando para os resultados mensais, o saldo de empregos no ano de 2021 foi positivo em quase todos os meses, com fechamento de postos apenas em abril (-2,3 mil) e dezembro (-17,9 mil).
Entre as Unidades da Federação, o Rio Grande do Sul ficou em sexto lugar na geração de vagas no ano, atrás de São Paulo (+814,0 mil), Minas Gerais (+305,2 mil), Rio de Janeiro (+178,1 mil), Paraná (+172,6 mil) e Santa Catarina (+167,8 mil). Todos os grandes setores de atividade abriram novas vagas no ano passado, com destaque para os Serviços (+89,4 mil, representando 64% do saldo total) e o menor saldo verificado na Agropecuária (+3,4 mil). A Indústria gerou 47,5 mil vagas (Transformação: +42,9 mil; Construção: +5,2 mil; Extrativa: +334; e Serviços Industriais de Utilidade Pública: -991).
Entre os 24 segmentos da Indústria de Transformação, apenas um perdeu empregos.
Os destaques positivos foram:
• Máquinas e equipamentos (+10,1 mil), devido ao bom desempenho em Tratores e Máquinas e Equipamentos para a Agropecuária (+5,3 mil);
• Couro e calçados (+8,2 mil), com destaque para Fabricação de Calçados (+5,9 mil);
• Produtos de metal (+5,2 mil), com destaque para Artigos de Cutelaria, de Serralheria e Ferramentas (+1,7 mil);
• Móveis (+2,6 mil), devido à Fabricação de Móveis de Madeira (+2,4 mil). Por outro lado, o único destaque negativo na geração de vagas em 2021 na Indústria de Transformação gaúcha foi o segmento de Outros equipamentos de transporte (-1,1 mil), resultado devido ao segmento de Construção de Embarcações (-1,2 mil).
O Brasil gerou 2,7 milhões postos de trabalho em 2021, um resultado que também supera em muito as perdas sofridas em 2020 (-191,5 mil). Ainda, o desempenho mensal apresentou saldo positivo em quase todos os meses, a exceção sendo dezembro (-265,8 mil). Entre os grandes setores, todos tiveram saldo positivo em 2021: Serviços (+1,9 milhão), Indústria (+719,9 mil) e Agropecuária (+140,9 mil).
Na Indústria, vale destacar o bom desempenho na geração de vagas da Construção (+244,8 mil), fazendo seu estoque de empregos aumentar em 11,6% em relação ao final de 2020, muito acima da média geral de todos os setores (7,1%).
Na Indústria de Transformação, todos os 24 segmentos tiveram acréscimo de postos, com destaque para Vestuário e acessórios (+52,9 mil), Alimentos (+42,1 mil), Produtos de metal (+39,6 mil), Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+39,3 mil), Máquinas e equipamentos (+38,8 mil) e Minerais não metálicos (+36,4 mil). Além dos impactos da rápida retomada da economia, importante lembrar que os bons resultados na geração de empregos em 2021, tanto no Brasil quanto no RS, estão relacionados com a estabilidade provisória de muitos trabalhadores que receberam o Benefício Emergencial (BEm), programa que permitiu a redução de jornada e/ou suspensão de contrato de trabalho.
Em dezembro de 2021, mais de 2,1 milhões de trabalhadores ainda contavam com essa cobertura no Brasil. Os efeitos do programa devem ser sentidos até abril de 2022, com o número de trabalhadores com estabilidade ficando cada vez menor: janeiro (853 mil), fevereiro (716 mil), março (579 mil) e abril (174 mil). Para 2022, a geração de empregos deve diminuir consideravelmente. Espera-se um baixo crescimento da economia e diminuição das transferências de renda com o fim do Auxílio Emergencial e instituição do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
Ademais, o aperto das condições financeiras com inflação e juros elevados prejudica o poder de compra das famílias. Além disso, uma dúvida é saber como as empresas irão reagir sem a alternativa do BEm e com o fim do período de estabilidade dos empregados – há possibilidade de aumento dos desligamentos.
Levando tudo isso em conta, nossa expectativa é de geração de 613,8 mil vagas de emprego em 2022 no Brasil.
O setor de Serviços deve liderar com criação de 430,4 mil vagas e a Indústria gerar 157,8 mil empregos. Já no RS, a expectativa é de uma geração de 29,2 mil postos de trabalho, sendo 19 mil nos Serviços e 9,2 mil na Indústria.

 

Fonte: FIERGS