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RS abre 8,9 mil vagas com carteira assinada em abril
06/06/2022

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Global Empregos

No ano, Estado acumula criação de 62,3 mil postos no mercado de trabalho formal

O Rio Grande do Sul registrou mais contratações do que demissões pelo quarto mês consecutivo no mercado de trabalho formal. Em abril, o Estado abriu 8,9 mil vagas com carteira assinada.

Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência na manhã desta segunda-feira (6). O número de vagas criadas em abril é o resultado entre 116,3 mil admissões e 107,4 mil desligamentos no mês.

Na comparação com os resultados de cada um dos três primeiros meses do ano, o montante de abril mostra desaceleração. Já ante o mesmo mês de 2021, o saldo apresenta melhora — em abril do ano passado, o Estado fechou 2,4 mil postos, diante do recrudescimento da pandemia de coronavírus.

O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que essa perda de ritmo costuma acontecer periodicamente em abril em relação aos primeiros meses do ano, marcados por mais apetite em contratações. Esse movimento é apontado pelo antigo Caged, que tem base de dados mais ampla. Como o novo Caged tem uma série histórica pequena, desde 2020, é difícil aferir essa sazonalidade, segundo o economista.

Frank destaca que economia brasileira deve passar por um desaquecimento maior ao longo do segundo semestre diante do fim dos efeitos positivos das medidas do governo e problemas como inflação persistente e juro básico alto, que ganham mais espaço:

— Alguns vetores ajudaram a puxar a economia pra cima no primeiro semestre, mas esses fatores negativos começarão a influenciar de maneira mais significativa.

No ano, o Rio Grande do Sul acumula saldo de 62,4 mil postos — 2,5 mil a menos do que no mesmo período de 2021. Em 12 meses, são 138,2 mil vagas.

O professor de economia do trabalho da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Cássio Calvete explica que a ligeira perda de ritmo na criação de vagas neste ano ante o mesmo período de 2021 já era esperada. Calvete afirma que o avanço das contratações no ano anterior ocorreu em meio ao início da retomada.

— Boa parte dos empregos foi retomada no ano passado. Essa recuperação dos impactos da pandemia foi feita muito em 2021. Um pouco dessa retração é explicada por isso — destaca Calvete.

Olhando o recorte dos dados por setor, serviços (5,1 mil), construção (1,9 mil) e indústria (1,9 mil) lideram na abertura de vagas com carteira no Estado em abril. Agropecuária é o único setor com saldo negativo no mês (-1,8 mil).

O economista-chefe da CDL Porto Alegre reforça que a participação de serviços dentro do total de geração de vagas ainda ocorre diante do maior espaço para recuperação no setor, um dos mais afetados pela crise sanitária.

No caso da agropecuária, o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, afirma que a queda na abertura de postos é sazonal nesta época do ano. No entanto, o especialista destaca que estiagem acelerou e intensificou esse processo.

— Além disso, a falta de recursos para crédito pode ter atrapalhado a retenção para o plantio da safra de inverno — explica o economista.

Brasil

O resultado do mercado formal no Estado ocorre na esteira dos números no país, que abriu 197 mil vagas com carteira assinada em abril. No Brasil, o resultado foi puxado por serviços, comércio e indústria. No ano, o país acumula a criação de 770,6 mil postos.

Na média nacional, o destaque também ficou por conta do setor de serviços, que abriu 117 mil postos em abril. O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, destacou durante a coletiva o segmento de educação dentro desse grupo:

— Houve uma relativa recuperação dos serviços, setor que puxou a geração de empregos no ano passado e continua num patamar superior esse ano também. Dentro de serviços, vale um destaque para a área de educação. No ano passado teve um número de apenas 4 mil postos gerados e nesse ano, nós estamos com 17.182 postos gerados.

 

Fonte: Zero Hora
Crédito da Imagem: Global Empregos