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Agronegócio cobra intervenção do governo para ajudar na exportação
04/11/2021

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Com preço para transporte marítimo quase quatro vezes mais caro, setor produtivo encontra dificuldades para embarcar cargas e atender mercado externo
Instituições que representam o agronegócio cobram ações do governo federal para reduzir o impacto causado pela escassez de contêineres para o envio de cargas ao exterior. Diante da retomada do comércio internacional após os percalços causados pela pandemia e pelo incidente no Canal de Suez, houve um crescimento substancial na disputa pelos equipamentos e por embarcações.
Essa situação interferiu sobre os custos do transporte marítimo intercontinental. Conforme a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) há cancelamentos seguidos de embarques e reserva de contêineres refrigerados às cargas.
As indústrias gaúchas têm gastado com armazenagem, taxas portuárias e correm o risco de terem contratos rompidos por não conseguir entregar dentro do cronograma estabelecido, avalia o presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos.
Os contêineres são propriedade dos armadores, como são chamadas as empresas que prestam o serviço de transporte marítimo intercontinental. Diante do aumento da demanda, as companhias preferem destinar os equipamentos para mercados que pagam mais, dando preferência para produtos industrializados, com mais valor agregado.
Indústrias da região, em especial de carne de frango e suíno estão entre as prejudicadas. De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), antes da pandemia o preço do aluguel de um contêiner na rota China-Brasil era de 2 mil dólares. Agora está em 14,5 mil dólares. Junto com o custo, o prazo para embarque das cargas pulou de uma semana para mais de 15 dias.
Estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que, neste ano, pelo menos 40% das cargas de suínos e de frangos ficaram estocadas no Brasil, à espera de transporte marítimo.
As entidades representativas do agronegócio cobram agilidade na aprovação do projeto que incentiva a navegação entre portos do país. Na análise das associações, seria uma maneira de buscar contêineres onde há disponibilidade e levar para outros pontos de embarque. O texto tramita desde o ano passado no Congresso Nacional.