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Agronegócio gaúcho exportou US$ 15,3 bilhões em 2021
11/02/2022
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Mesmo com a persistência da pandemia do novo coronavírus, a economia gaúcha bateu recorde de exportações em 2021. Conforme balanço apresentado pelo governo do Estado nesta quinta-feira (10), as vendas para o exterior registraram um crescimento de 52,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, somando US$ 15,3 bilhões em 2021. O valor é o maior registrado desde o início da série histórica em 1997 e representa um aumento de US$ 5,3 bilhões em termos absolutos em relação a 2020.
Dos cinco principais setores exportadores do agronegócio do Rio Grande do Sul, o complexo soja (US$ 7,8 bilhões, com alta de 104,6%) foi o mais representativo tanto em números absolutos quanto em crescimento percentual.
Os setores de carnes (US$ 2,3 bilhões e alta de 17,3%), produtos florestais (US$ 1,5 bilhão e alta de 53,1%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 697,9 milhões com alta de 4,5%) também apresentaram aumento nas exportações, enquanto o fumo (US$ 1,2 bilhão e queda de 8,9%) foi o único a registrar redução nas vendas em 2021.
Os dados fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta quinta-feira, elaborado pelos pesquisadores Sérgio Leusin Júnior e Rodrigo Feix, do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
"O ano de 2021 ficou marcado pelo restabelecimento dos níveis de produtividade das safras de verão no Estado, que foram profundamente abalados pela estiagem em 2020. Além da safra cheia, o incremento nos preços médios dos produtos exportados pelo agronegócio também contribuiu para o desempenho exportador no período", ressalta Leusin.
Em relação à soja, o desempenho de 2021 foi puxado pelas exportações do grão (US$ 6,2 bilhões, aumento de 111,1%), do farelo (US$ 1,2 bilhão com crescimento de 47,3%) e do óleo (US$ 422 milhões e alta de 449,4%). Sem o impacto da estiagem na produção da oleaginosa, que deixou os estoques praticamente zerados no final de 2020, os números do quarto trimestre do ano foram os definidores para a alta anual. No último trimestre de 2021 as exportações da soja grão subiram 5.055,8% (mais US$ 1,2 bilhão) na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Além da maior oferta gaúcha, o aumento nos preços internacionais da commodity, impactou nos números finais das exportações. "A pandemia, a produção menor de soja nos Estados Unidos, as dificuldades para o escoamento da safra argentina, estoques globais baixos e a ampliação da demanda chinesa por soja e milho foram determinantes para a escalada nos preços", destaca Leusin no documento.
No setor de carnes, 2021 foi marcado pelo crescimento nas exportações da carne de frango (US$ 1,2 bilhão, alta de 27,7%) e da suína (US$ 711 milhões; com incremento de 13,3%). A carne bovina registrou queda nas vendas (US$ 308 milhões, com redução de 6%), movimento atribuído no boletim ao embargo promovido pela China no período entre setembro e dezembro. Ainda assim, o setor de carnes registrou em 2021 o maior volume exportado na história, com 1,2 milhão de toneladas comercializadas, 0,71% superior à melhor marca anterior, de 2008.
Nos produtos florestais, o desempenho em 2021 será lembrado pelo aumento nos preços internacionais da celulose. As vendas do produto gaúcho chegaram a US$ 1 bilhão, uma alta de 56,3% na comparação com 2020, enquanto a quantidade de material exportado ficou praticamente estável (+1,8%). No segmento de cereais, farinhas e preparações, o trigo apresentou a principal variação positiva (US$ 259 milhões; + 132%) e o arroz a maior queda nas vendas (US$ 323 milhões; -28,5%).
A China manteve a liderança entre os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho em 2021, com larga vantagem em relação aos demais países da lista. A nação asiática foi a responsável por 48,6% das compras, seguida de União Europeia (11,2%), Estados Unidos (4,4%), Coreia do Sul (3%) e Vietnã (2,4%). Em número absolutos, o aumento nas vendas externas para a China foi de US$ 3,3 bilhões, uma alta de 78,9% quando comparado com 2020, puxada pela soja em grão.
O aquecimento das exportações também impactou na geração de empregos. Em dezembro de 2021, o Rio Grande do Sul contava com 350.549 vínculos ativos de emprego com carteira assinada no agronegócio. O saldo de postos de trabalho foi de 17.906 vínculos, uma alta em relação ao ano anterior, em que a diferença entre admissões e desligamentos foi de 10.688 postos.
Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: LUIZ CHAVES/ARQUIVO/PALÁCIO PIRATINI/JC