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As expectativas do setor de proteína animal com a chegada do milho dos EUA
29/06/2021

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As expectativas do setor de proteína animal com a chegada do milho dos EUA

No último dia 10, A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), do Ministério da Ciência, aprovou a importação de mais uma variedade de milho transgênico dos Estados Unidos, o DP-ØØ4114-3 que poderá ser usado tanto como ração quanto para alimentação humana.

A medida é vista com bons olhos pelo setor de proteína animal que vem sofrendo com a escassez e os altos preços do milho e da soja, especialmente no último ano. O presidente-executivo da Organização Agrícola do Rio Grande do Sul, cujas entidades membros são a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Agrícolas (Sipargs), José Eduardo dos Santos, opina sobre a importação de milho dos Estados Unidos. “Vejo a medida como positiva, pois deixaremos de ficar reféns somente do mercado interno que hoje apresenta um custo elevado, além de uma retração da oferta. Estamos sofrendo com o preço do milho que subiu mais de 100% nos últimos 12 meses, por isso, saber que agora haverá essa possibilidade de importar é animador, mas claro que sabemos que existem outras etapas a serem cumpridas em relação a viabilidade econômica, porém a liberação já é uma sinalização de que há alternativas. Temos indústrias bem estruturadas que podem importar esse grão e isso já tem dado reflexo no mercado interno nas últimas cotações do milho, onde já houve até uma ligeira retração”.

Sobre a redução do preço da carne de frango, Santos é cauteloso, mas não descarta que venha a ocorrer. “Tudo está relacionado à celeridade desse processo, de que forma irá acontecer, pois o preço ainda está elevado, até porque temos em paralelo, outras situações que estão impactando o setor como energia elétrica, embalagens, falta de containers, que têm trazido custos de armazenagem, por isso é precoce dizer que os custos da carne poderão ser atenuados, provavelmente, lá na frente, havendo uma retração um pouco mais significativa. Mas é um bom sinal, demorou um pouco, estávamos pedindo isso desde setembro do ano passado.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) preferiu se manifestar através de nota e também destacou como positiva a liberação de importação de milho dos Estados Unidos. “O setor produtivo enfrenta forte crise no acesso aos insumos básicos de produção – o milho e a soja – decorrente de altas históricas nos diversos polos de produção pelo país. Responsáveis por 70% da composição de custos de aves, suínos e ovos, o milho e a soja acumulam altas superiores a 100% e 60%, respectivamente. De acordo com o índice de referência do setor produtivo – o ICP, Índice de Custo de Produção da Embrapa Suínos e Aves – a alta acumulada nos custos, nos últimos 12 meses, gira em torno de 40%. Agora, com a redução do desequilíbrio que existia entre a fácil exportação de grãos brasileiros e a difícil importação para território nacional, além da viabilização técnica da importação proveniente de grandes produtores de grãos, como é o caso dos EUA (aliada à isenção da TEC de importação desses insumos), espera-se que a especulação que causou aumentos injustificados no Brasil (com impacto na inflação dos alimentos) arrefeça gradativamente”.

Na mesma nota, a ABPA exaltou os esforços que estão sendo realizados pelo Ministério da Agricultura, sob a liderança da Ministra Tereza Cristina, para equilibrar o quadro interno de oferta de grãos, focado na sustentabilidade econômico-social da cadeia produtiva do agro brasileiro e o abastecimento à população.

Fonte: Avicultura Industrial
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV