A pouco mais de um mês para o Natal, a expectativa do segmento de aves e suínos é positiva em relação às vendas de fim de ano. O período é considerado estratégico para o setor, já que nesta época está concentrado cerca de 30% do faturamento do ano. Dirigentes da indústria acreditam que as vendas devem ser maiores em relação ao mesmo período do ano passado, embora não arrisquem uma estimativa de percentual. Com relação aos preços ao consumidor, porém, não há consenso.

O vice-presidente de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, enxerga sinais de melhora no ambiente econômico e a consequente retomada da confiança do consumidor, o que deve refletir em um aumento nas vendas de aves natalinas e suínos de festa. No entanto, o dirigente acredita que a elevação dos custos de produção deve aumentar o preço ao consumidor. O motivo principal é o aumento de 45% no preço do milho e de 50% no farelo de soja. “Esse é um impacto que é inevitável. Compõe 60% do custo”, justifica.

Na área de suínos, os itens mais promissores são aqueles que compõem a chamada “linha festa”, que inclui lombo, pernil e tender, além dos chamados “curados”, como salames e copas. Segundo o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber, a tendência é de que os preços ao consumidor mantenham-se iguais ou menores em relação ao ano passado. Embora afirme que os custos de produção pressionaram o setor, especialmente no primeiro semestre, o dirigente observa que os preços estão “mais bem comportados”, o que guarda relação com as outras proteínas, como as carnes bovinas e de frango, hoje com preços contidos. Kerber acredita que o patamar dos preços pode favorecer o aumento do consumo, porém não chega a arriscar uma estimativa de incremento nas vendas em relação às festas do ano passado.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV