Notícias
Bem-estar animal e segurança alimentar são temas de destaque durante a tarde do primeiro dia de Conbrasul
13/06/2017
voltar
A programação da tarde desta segunda-feira, dia 12 de junho, da Conbrasul Ovos 2017 teve início com o painel “Bem-Estar Animal e as Tendências Mundiais”. A primeira a falar sobre o tema foi a Fiscal Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Lizie Pereira Buss, que abordou os “Impactos na produção brasileira de ovos com as exigências de bem-estar animal”.
As principais questões tratadas pela profissional foram a pressão dos mercados consumidores por alimentos mais saudáveis, por menores concentrações de resíduos químicos e pelas condições em que os animais são mantidos. De acordo com informações trazidas por ela, diversos grupos de fast food e líderes de mercado visam eliminar o uso de ovos de galinhas confinadas em gaiolas em toda sua cadeia de suprimentos até 2015, como as redes Bob’s, Subway e McDonalds.
Dentre os principais desafios para encontrar alternativas sustentáveis, Lizie destacou:
• Academia – pesquisa para identificação das melhores alternativas tecnológicas dentro das múltiplas realidades regionais.
• Governos – fomentar e fiscalizar as boas práticas na produção animal, como conservação do solo, uso da água, produção vegetal, produção animal, proteção ambiental, proteção animal, manejo e processamento, higiene e saúde humana, eliminação de resíduos e conservação de energia, proteção à fauna selvagem.
• Produtor e empresas – atender a expectativa dos mercados com manutenção do preço do produto relativamente estável, mesmo com o aumento nos custos de produção e atendendo as exigências sanitárias.
Logo depois, o especialista em aves Peter Vingerling Vencomatic, do Vencomatic Group, da Holanda, fez sua apresentação sobre “Sistemas Alternativos para Produção de Ovos”, na qual explicou o funcionamento do sistema Rondeel de criação de galinhas poedeiras, formado por galpões em formato circular que inclui instalações ao ar livre para as aves, com luz natural, poleiros, grama e árvores artificiais, criando uma situação muito próxima a do habitat natural das aves. “Introduzimos um conceito de gestão”, destacou.
Para acompanhar esse conceito de produção de ovos dentro de padrões de total sustentabilidade futura, a empresa holandesa desenvolveu também uma embalagem biodegradável, feita com fibra de coco 100% natural. “A expectativa do consumidor está mudando rapidamente”, ressaltou Vencomatic. “Essas tendências europeias vão se espelhar pelo mundo.”
Para finalizar o painel, a gerente de Programas e Políticas Corporativas para Animais de Produção da Humane Society International (HSI) Brazil, Fernanda Vieira, falou sobre “Ovos livres de gaiolas: o futuro da produção no Brasil e no Mundo”. “A indústria de alimentos está se comprometendo com reformas de bem-estar animal em suas cadeias de fornecimento, o que inclui políticas que eliminam gradualmente a compra de ovos oriundos de sistemas de produção que confinam galinhas em gaiolas”, afirmou ela em sua apresentação.
Depois de enumerar os principais argumentos contra os sistemas livres de gaiolas, a palestrante concluiu: “A ciência possui evidências suficientes indicando que confinar animais intensivamente em gaiolas não é o caminho a ser seguido, alternativas existem a são viáveis”, enfatizou. “Ovos livres de gaiolas representam uma oportunidade de negócios importante para o produtor.”
A palestra seguinte ao painel foi sobre “Segurança Alimentar e o Consumo de Ovos” e contou com as contribuições da especialista em saúde e nutricionista Josete Baialardi Silveira, do Núcleo de Vigilância de Produtos/Alimentos da Divisão de Vigilância Sanitária/CEVS/SES, que abordou o histórico de surtos por Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) e os aspectos ambientais relacionados a elas. Dentre as DTAs, Josete destacou a principal delas: a Salmonella. “Globalmente, a incidência anual de salmonelose alimentar é estimada em 80,3 milhões de casos, mas outras estimativas variam de 200 milhões a 1,3 bilhão de casos”. A palestrante tratou ainda sobre as medidas de controle e a rastreabilidade para evitar novos surtos de DTAs.
Após um breve intervalo, Gisele Ferreira Amaral e Francisco Nogueira de Barros Lima, do Departamento de Relacionamento Institucional e Gestão do Crédito Rural da Área de Operações Indiretas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), falaram sobre “Avicultura de postura e o apoio do BNDES”. Gisele apresentou dados relacionados à avicultura de postura no mundo e no Brasil, desafios e oportunidades para o país, tendências, desembolsos do BNDES para o setor e os principais produtos disponíveis para financiamento. O papel do BNDES, segundo ela, é financiar a modernização e climatização dos aviários e a conversão do sistema de gaiolas convencionais para sistemas alternativos que atendam requisitos de bem-estar animal. Para concluir, explicou como solicitar o apoio do BNDES.
Para complementar a apresentação de Gisele, Lima explicou como funciona a Área de Operações Indiretas (AOI) do BNDES, que engloba operações de até R$ 20 milhões, realizada através de agentes financeiros credenciados, com foco em micro, pequena e média empresas (MPME) e que tem as principais linhas de financiamento vinculadas ao Plano Safra.
A palestra de encerramento do dia foi a do presidente da Federação Nacional de Avicultores da Colômbia, Andrés Valencia, que apresentou as iniciativas realizadas para promover e fortalecer o consumo de ovos na Colômbia, como campanhas em meios de massa, estudos de mercado, alianças público-privadas e gestão estratégica de eventos. A Conbrasul – 1ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos continua nesta terça e quarta-feira, dias 13 e 14 de junho, no Wish Serrano Resort & Convention, em Gramado, na Serra gaúcha.
Assessoria de Comunicação Conbrasul:
Coordenação: Luciana Brambilla Relações Públicas & Imprensa
Conteúdo jornalístico: Cristina Rispoli d'Azevedo