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Copa impulsiona exportações de frango halal para o Catar
22/11/2022

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Copa impulsiona exportações de frango halal para o Catar

Com influenza aviária, guerra no leste europeu e custos de produção altos, demanda de países árabes aumentou

Evento de ouro para as vendas de diversos produtos industriais, a Copa do Mundo também impulsiona as exportações brasileiras de frango halal – cujos abates são feitos de acordo com os requisitos islâmicos – para países árabes. De janeiro a outubro deste ano, os embarques para o Catar, que sedia o torneio, aumentaram 40% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 90,68 mil toneladas. Em termos de receita, os negócios somaram 178 milhões de dólares e representaram um salto de 67% na mesma base de comparação, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Segundo o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua, o aumento de consumo projetado em razão da Copa favoreceu a indústria brasileira. Com cerca de 3 milhões de habitantes, o Catar esperava receber mais de 1 milhão de turistas na primeira fase dos jogos. “Se a gente colocar mais a fase final, estamos falando de um adicional de 1,5 milhão de pessoas, metade da população do país”, destaca Rua. Apenas o campeonato mundial, porém, não explica o bom desempenho dos embarques. Entre outros destinos, o Brasil enviou mais frango halal também para os Emirados Árabes e Cingapura, que importaram 377,3 mil toneladas e 129,1 mil toneladas nos primeiros 10 meses do ano, respectivamente – aumentos de 23% e 54% frente aos totais de janeiro a outubro de 2021.

A ocorrência de surtos de influenza aviária afetou grandes exportadores de frango como os Estados Unidos, que reduziram os plantéis e, consequentemente, a disponibilidade de produto. “O Brasil nunca registrou nenhum caso. Mesmo em países do Golfo (Pérsico), há problemas de influenza aviária, então, o Brasil acaba se tornando esse parceiro seguro neste momento”, diz Rua. Além disso, a guerra no leste europeu prejudicou o fluxo dos embarques de frango da Ucrânia. “Especialmente Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos eram os dois grandes mercados da Ucrânia na região. Houve quatro, cinco meses do ano em que a Ucrânia esteve praticamente fora do mercado, porque não conseguia acessar os portos”, lembra Rua.

Outro fator que aumentou a demanda pelo frango brasileiro foi o aumento dos custos de produção de aves em algumas nações árabes. “A maior parte importa milho e farejo de soja. Começa a ficar tão cara a produção local que eles recorrem à importação para minimizar os (preços) pagos pelo consumidor final”, diz o diretor da ABPA.

Maior exportador de frango halal do mundo, o Brasil opera nesse segmento há 50 anos. “Inclusive, os primeiros embarques de carne de frango do Brasil para o exterior foram para os países do Oriente Médio, que professam a fé (islâmica) e consomem esse produto”, lembra Rua. Para atuar nesse mercado, as indústrias precisam atestar que seu produto é adequado para o consumo das populações muçulmanas e passam por auditorias regulares, feitas por empresas certificadoras habilitadas pelos países importadores.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV