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Emater projeta safra de verão com 36 milhões de toneladas no RS
30/08/2023
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A safra gaúcha de grãos no verão 2023/2024 pode crescer 49,1% em volume, por conta da boa oferta hídrica que deverá ser proporcionada pelo El Niño. Com isso o Rio Grande do Sul teria uma colheita de 36 milhões de toneladas ante as 24,2 milhões de toneladas alcançadas no período anterior. Destaque para o milho e a soja, cujas perspectivas são de um salto de 53,2% e de 73% na produção, respectivamente.
A projeção foi feita nesta terça-feira pelo diretor técnico da Emater-Ascar, Claudinei Baldissera, durante evento de apresentação do primeiro levantamento de intenção de plantio no Estado, realizado entre os dias 7 e 23 de agosto pelos extensionistas da autarquia. O dirigente apontou que a oleaginosa deverá render 22,4 milhões de toneladas, com avanço nas regiões de Bagé, Santa Maria, Ijuí e Santa Rosa. A produtividade média estimada é de 3,3 mil quilos por hectare, 70% acima da colheita do último verão, quando a estiagem castigou as lavouras.
Para o milho, a Emater espera 6 milhões de toneladas, com 7,4 mil quilos por hectare nos 817,5 mil hectares a serem semeados. A cultura também despertou o interesse de produtores em Santa Rosa, Ijuí e Caxias do Sul, onde deverão estar as maiores áreas.
Conforme Baldissera, a elevada performance deverá se dar a partir da obtenção de alto rendimento nas culturas, apesar de uma elevação da área plantada de apenas 1,7%. A leitura está amparada na análise do meteorologista Flavio Varone, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação. O especialista ressaltou, com base em dados coletados pelo Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), que após três primaveras e verões secos, em virtude da incidência do La Niña e das chuvas verificadas nos meses de junho e julho, a maioria dos reservatórios d’água deverá estar recuperada. O ponto de atenção é na região de Quaraí, Barra do Ribeiro, Alegrete, Itaqui e Uruguaiana, onde o déficit de precipitação continua.
“Deveremos ter muita chuva em setembro, volumes equivalentes à média em outubro e ainda bastante chuva em novembro. O que promete dar boas condições de plantio para a safra de verão, pode causar algum prejuízo no final da safra de inverno. O produtor deve estar atento para ingressar na lavoura na hora certa e colher rapidamente, para evitar perdas”.
Claudinei Baldissera também projetou um aumento de 4,1% no volume de arroz produzido. O cereal deverá passar das 7,2 milhões de toneladas colhidas no período 2022-2023 para 7,5 milhões em uma área que poderá chegar a 902,4 mil hectares, 7,4% maior que a anterior.
O diretor da Emater alertou, entretanto, para a importância do cuidado com a gestão de custos nas propriedades. Uma safra cheia coloca em risco a cotação dos grãos no mercado, por isso o cálculo dos custos de produção deve ser feito com atenção, para assegurar a rentabilidade desejada.
“A questão da gestão financeira de todo o desenvolvimento do sistema de produção é fundamental. Na soja, geralmente fica entre 35 e 40 sacas de 60 quilos. Mas é muito relativo, vai muito do olhar do agricultor e da forma como a propriedade é gerida. Temos trabalhado muito forte para fazer o produtor olhar para os números, orientá-lo para levar na ponta da caneta”, concluiu Baldissera.
Participaram do evento, ainda, o vice-governador do Estado, Gabriel Souza, e a presidente da Emater, Mara Helena Saafeld. Ainda, os secretários da Agricultura, Giovani Feltes, e do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, além do diretor administrativo da Emater, Alexandre Durans.
Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV