De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (15) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o ano de 2020 deve ser de aumento na produção, exportação e consumo interno da carne de frango. Entretanto, a arrecadação com os embarques da proteína avícola devem diminuir em comparação ao ano passado.

O levantamento da ABPA mostra acréscimo entre 3% a 4% na produção da proteína no comparativo com 2019, chegando a 13,8 milhões de toneladas, aumento de 3% a 5% nas exportações, alcançando 4.450 milhões de toneladas e avanço no consumo per capita em 2,5%, atingindo 43,9kg. Apesar das expectativas positivas, a receita passou de US$ 3,45 bilhões no primeiro semestre de 2019 para US$ 3,14 bilhões no mesmo período em 2020, queda de 8,8%.

De acordo com o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin, o efeito câmbio acaba fazendo, por causa da pandemia do coronavírus, uma queda na atividade econômica mundial. "Então é natural que haja uma adequação de preço nesse período, mas é importante falar que avançamos na venda em volume, aumentando 1,7% no primeiro semestre".

No primeiro semestre deste ano, a Ásia tomou a liderança nas importações da proteína, posição que antes era do Oriente Médio. Enquanto a Ásia aumentou sua participação de 35,9% em 2019 para 40,7% este ano, o Oriente Médio foi de 36,6% para 32%.

O Estado do Paraná concentra a maior parte das exportações, com 40% do total embarcado pelo Brasil, graças às habilitações de plantas frigoríficas para a China em 2019 e 2020.

Apesar da China ter representado a maior fatia nas compras da carne de frango neste primeiro semestre, 17%, tendo aumentado em 84 mil toneladas nas compras, segundo Santin, a ABPA destacou também o aumento nas compras de outros países asiáticos no período. O Vietnã, que cresceu 73%, Filipinas, alta de 72% e Singapura, que é um hub de processamento e redistribuição de produto, com avanço de 49%.

"A China deve crescer em produção de frango em 2020, 13%, o que significa 1,750 milhões de toneladas, mas a gente sabe que o déficit de proteína animal no país é de mais de 10 milhões de toneladas. Então esse crescimento não chega a suprir a necessidade de proteína animal no país asiático", afirmou o diretor-executivo da ABPA.

"A tendência é de crescimento na Ásia, que hoje é o grande drive das exportações do mundo todo", disse Santin.

Fonte: Notícias Agrícolas
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV