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Estiagem e pandemia provocam queda histórica no PIB do RS
21/09/2020
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O PIB do Rio Grande do Sul caiu 13,7% no segundo trimestre de 2020, na comparação com o trimestre anterior, com ajuste sazonal. Os dados são do Departamento de Economia e Estatística do Estado (DEE/Seplag-RS). A queda foi superior à observada em nível nacional (-9,7%), porém ambos os entes registraram a maior queda de suas respectivas séries históricas. Os três grandes setores da economia gaúcha recuaram: Agropecuária (-20,2%), Indústria (-15,9%) e Serviços (-9,1%), estes últimos também com contrações recordes. Os dados do segundo trimestre trazem os resultados do período mais intenso das restrições à atividade produtiva motivado pela pandemia, acentuados pela forte estiagem no período.
Em relação ao mesmo trimestre de 2019, a atividade entre abril e junho apresentou uma retração histórica de 17,1%, também com desempenho pior ao nacional (-11,4%) nessa base de comparação. Na análise setorial, o pior desempenho foi da Agropecuária (-39,4%), que sofreu bastante com os efeitos da estiagem durante o segundo trimestre, puxada principalmente pela soja (-39,3%) e milho (-27,7%), mas compensada pelo desempenho do arroz (+8,3%). O setor de Serviços (-9,9%) apresentou queda recorde em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, devido à retração no Comércio (-11,6%).
A Indústria (-19,3%) também registrou a maior queda da série histórica, iniciada em 2002, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
No segundo trimestre do ano, todas as atividades da indústria apresentaram queda, o que explica o péssimo desempenho do setor. Destaca-se o forte impacto negativo de Veículos automotores (-70,2%) e Couro e calçados (-50,0%), setores mais afetados pelas restrições provocadas pela Covid-19.
Entre os oitos Estados que já divulgaram resultados, o resultado do 2ºtrim.20/2ºtrim.19 do RS foi de longe o pior (MG: -11,2%, SP: -6,5%, BA: -8,7%). Apesar do desempenho muito ruim, é fato que o pior já passou. Os dados mais recentes já mostram que a economia está se recuperando e a produção está sendo retomada. Porém, com a diminuição dos incentivos do governo e um inevitável aumento da taxa de desemprego no médio prazo, também é fato que o caminho para recuperação será bem desafiador.
Fonte: FIERGS