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O efeito da nova suspensão da China a frigoríficos brasileiros
01/02/2022

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Emerson Foguinho ABPA,Divulgação

Duas unidades localizadas em Goiás e Mato Grosso do Sul estão com as vendas tempoariamente suspensas

É psicológico, por assim dizer, o principal efeito da suspensão chinesa da habilitação de duas empresas brasileiras. Com uma lista de outras 43 unidades aptas a embarcar esse produto ao país asiático, o impacto em volume tende a ser pequeno, pontua a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em nota. “No quadro geral, não são esperados impactos significativos para as exportações brasileiras de carne de frango”, diz o comunicado da entidade. A representação frisou ainda que “reafirma os altos padrões de qualidade e sanitários estabelecidos por suas associadas, assim como no sistema de controle sanitário brasileiro”, explicando que tem dado apoio ao governo e às empresas “nas tratativas para o rápido restabelecimento das habilitações para a China”.

Como essa não é a primeira vez que o país asiático suspende habilitações, sob argumentos nem sempre claros ou plausíveis. E é essa a principal preocupação trazida com o descredenciamento das plantas localizadas em Goiás e Mato Grosso do Sul.

No sul do país, onde está concentrada a produção de aves, a decisão entra para uma lista de adversidades enfrentadas. Sob estiagem, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná terão redução significativa da safra de milho de verão. Situação que implica em custo extra – o grão é ingrediente da ração animal – no momento em que o consumo doméstico segue em ritmo lento.

– É como se fosse um pacote de dificuldades. Tem a questão da pandemia, a estiagem e o impacto no preço. O milho passou a barreira dos R$ 100 (o valor da saca). Precisamos buscar algum mecanismo para subsídio de frete. Tem milho no Brasil, mas o déficit está aqui embaixo – afirma José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

O RS tem três frigoríficos de aves aptos a realizar embarques para a China – foi o terceiro principal destino das exportações do Estado em 2021, depois de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. E o mercado externo, destaca Santos, teve um papel importante diante da pressão da alta de despesas, sendo uma “um oxigênio extra”.

No ano passado, o Brasil consolidou ainda mais sua posição de maior exportador de frango, quebrando o próprio recorde em volume, com 4,609 milhões de toneladas – com 14,3% desse total absorvido pelos chineses.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Emerson Foguinho / ABPA,Divulgação