O resultado do PIB brasileiro em 2020 apontou uma recessão intensa provocada pelos impactos da pandemia. Porém, é importante destacar que, em comparação com outras economias, a retração na atividade brasileira foi menos intensa do que muitos projetaram incialmente. Creditamos grande parte desse resultado ao extenso programa de estímulos fornecidos pelo Governo Federal no ano passado, que direcionou recursos não somente para famílias, mas também para os entes subnacionais. Assim, o PIB cresceu 3,2% no quarto trimestre de 2020 em relação ao trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. Foi a segunda variação positiva consecutiva nessa base de comparação, após a forte queda observada no segundo trimestre de 2020. Em relação ao 4º trimestre de 2019, o PIB caiu 1,1%.

No total de 2020 comparado a 2019, o PIB caiu 4,1%. Entre os setores pelo lado da oferta, a Agropecuária registrou avanço de 2,0%, com destaque para as altas de Soja (+7,1%), Café (+24,3%) e Milho (+2,7%). A Indústria teve queda de 3,5% (o resultado será comentado com mais detalhes abaixo).

Por sua vez, o setor de Serviços, que teve seu mercado de trabalho mais prejudicado pelas restrições de distanciamento social, a retração do PIB foi em 4,5% no acumulado do ano. Entre as atividades que compõem o setor, registraram quedas: Outras atividades de serviços (-12,1%) (que engloba serviços prestados às famílias), Transporte, armazenagem e correio (-9,2%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-4,7%), Comércio (-3,1%) e Informação e comunicação (-0,2%). Apresentaram avanço as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%) e as imobiliárias (2,5%).

Pelo lado da demanda, houve queda de 5,5% no Consumo das famílias e queda de 4,7% no Consumo do governo em 2020. A Formação bruta de capital fixo (FBCF), por sua vez, caiu 0,8% em comparação com 2019, enquanto as Exportações de bens e serviços caíram 1,8% e as Importações recuaram 10,0%.

Fonte: FIERGS