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Plano Safra foi o possível, não o ideal
08/06/2017

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Plano Safra foi o possível, não o ideal

A avaliação é unânime entre as entidades do setor: o Plano Safra da agricultura empresarial, anunciado ontem pelo governo federal, foi o possível, não o desejado. A principal expectativa frustrada é em relação ao juro. Produtores esperavam um corte maior, alinhado à redução da inflação e da taxa de juro básico entre o ano passado e agora.

Os recursos foram ampliados, para R$ 190,25 bilhões (R$ 188, 3 bilhões em crédito rural, R$ 550 milhões para seguro e R$ 1,4 bilhão para comercialização). Conforme antecipou a coluna, houve diminuição de um ponto percentual no juro dos financiamentos de custeio e de investimento e de dois pontos percentuais nas linhas do Inovagro e do Programa Para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).

– Apesar de estar consistente com a situação do país, não temos muito a comemorar. Esperávamos mais. Os juros não tiveram redução a ponto de impactar o custo, que está em alta – opina Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz-RS).

Vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira acompanhou a divulgação do novo pacote em Brasília e têm opinião semelhante:

– Acredito que as dificuldades do governo sejam tão grandes que não puderam fazer nada melhor. Mas acho que o plano precisa passar por remodelação.

O dirigente ressalta que faltou dinheiro para financiar o atual ciclo – apenas 62% do montante anunciado no ano passado foi efetivamente tomado (veja nota).

– Não foi o plano que sonhávamos, mas pelas circunstâncias, o possível – corrobora Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS).

Durante a cerimônia, o ministro Blairo Maggi deu a entender que chegou a buscar melhores condições – o esforço dele diante do Ministério da Fazenda é reconhecido.

– Brigo para ter o máximo, mas não reclamo das condições que tenho para trabalhar – afirmou.

Ajustes foram feitos até o último minuto. Tanto que, no painel colocado na cerimônia, o valor que aparecia era de R$ 188 bilhões. Com a inclusão de valores de seguro e comercialização, o montante cresceu, aos 45 minutos do segundo tempo.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Zero Hora