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Preço do milho preocupa criadores de frangos
03/03/2021
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As cadeias de aves e suínos do Rio Grande do Sul entram em março pressionadas pelo preço do milho. A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) admite que poderá ocorrer redução de 10% a 30% na produção de algumas granjas e indústrias como forma de diluir o aumento de custos. Na suinocultura, a visão ainda é de cautela e, mesmo que a alta dos custos produza queixas, ainda não se fala em reduzir a criação.
Com a quebra de duas safras de milho consecutivas em razão da estiagem, o Rio Grande do Sul terá de comprar de outros estados ou países cerca de 3 milhões de toneladas do grão neste ano. Desde o início de janeiro, o preço da saca tem se mantido firme entre R$ 80,00 e R$ 85,00, situação que não deverá se alterar antes da entrada das colheitas novas, do verão e da safrinha.
O presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, reclama da morosidade do governo em atender os pleitos da avicultura, que incluem suspensão temporária do PIS e Cofins sobre as importações, liberação da importação de milho dos Estados Unidos e autorização para compra de variedades transgênicas de outros países para ração animal, hoje limitadas pela legislação. Santos afirma que, se o governo não for sensível a estas medidas, pode-se chegar a uma situação de menos 12 milhões de aves abatidas por mês no Rio Grande do Sul, o que impactará na economia seja pela redução de compras de outros insumos industriais e pelas condições de emprego, com a necessidade de adoção de férias coletivas nas empresas.
A dificuldade é reconhecida pelo presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, mas ele diz que entre os suinocultores gaúchos não há intenção de diminuir a produção. “Isso nem seria factível, tendo em vista a suinocultura ser uma cadeia longa, na qual a reposição de animais é muito mais complicada que na avicultura”, explica. Folador relata que, por questões estratégicas do uso da ração, alguns criadores têm encaminhado os animais com menos peso ao abate, mas mesmo esta prática é limitada. “No Estado, 90% da produção de suínos está nas integradoras e estas têm conseguido manter o fornecimento de rações mesmo com o preço do milho e do farelo de soja”, observa.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) admite que existem empresas do setor de aves e ovos que estão adotando a redução em suas linhas de produção para enfrentar a alta nos custos, mas não indica quantas e nem quais são. A entidade afirma, no entanto, que essas ações são individualizadas e não representam até o momento um movimento nacional que vá afetar a produção de aves e suínos.
Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV