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Produção e exportações de carne de frango devem crescer em 2020, mesmo com pandemia
10/07/2020
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A produção brasileira de carne de frango deverá crescer cerca de 5% em 2020, enquanto a previsão para as exportações é de crescimento de cerca de 2%, mesmo diante do cenário de pandemia da COVID-19. As informações foram apresentadas na manhã desta quinta-feira (9/7) por Ricardo Santin, diretor executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), durante o VI Fórum Virtual Asgav & Sipargs.
Segundo Santin, em 2020 o Brasil deverá produzir próximo de 14 milhões de toneladas de carne frango, ante as 13,245 milhões de toneladas produzidas em 2019. Com isso, o Brasil termina 2020 na posição de terceiro maior produtor mundial de carne de frango, com perspectivas de retomar a segunda posição em 2021.
Quanto às exportações, deverão alcançar a casa das 4,3 milhões de toneladas, ante as 4,214 milhões de toneladas exportadas em 2019.
“Crescemos 1,7% em volume exportado no primeiro semestre, o que em tempos de pandemia já é muito bom”, destacou Santin. “O segundo semestre, que já é melhor em anos normais, será melhor ainda vencido o pior momento da pandemia para os nossos consumidores”, completou.
O diretor executivo da ABPA destacou que os resultados são muito positivos ante os inúmeros desafios enfrentados pelo setor durante a pandemia, que ainda não terminou. Ele também apontou a necessidade de o setor contabilizar o que nomeou de custo COVID sobre a produção de proteínas.
“Foram afastamentos de funcionários que compõem o grupo de risco, investimentos em equipamentos e inúmeras melhorias para garantir a segurança dos trabalhadores, além das paralisações de algumas indústrias”, destacou.
Segundo o diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, no estado gaúcho os custos do setor para enfrentamento da COVID-19 foram de R$28 milhões. O presidente da Avimig (Associação de Avicultores de Minas Gerais) e vice-presidente da Avivar Alimentos, Antonio Carlos Vasconcelos Costa, destacou que a empresa investiu R$700 mil para enfrentamento da doença apenas em sua planta.
Outra preocupação do setor refere-se às perspectivas de altos custos de produção para o segundo semestre do ano e para 2021. O tema de grãos foi comentado durante o evento Asgav por Arene Trevisan, que é diretor área de suprimentos da Seara, e Etore Baroni, que é consultor em gerenciamento de riscos da FC Stone.
Segundo os analistas, apesar das boas safras nacional e internacional do milho e do custo competitivo em dólares, há a preocupação com a alta do dólar no Brasil, o alto volume de exportações e as vendas antecipadas. “O maior desafio de todo o setor é tentar entender e acompanhar esse movimento, suas consequências e que atitude tomar”, salientou Arene.
“A indústria não pode mais comprar só quando tem preço, tem que comprar quando o mercado disponibiliza”, salientou Baroni. “Porque se pega um ano com volatilidade, ou fica sem milho, ou paga preço extremamente alto”, completou.
Fonte: AviNews