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Setor de aves e de suínos gera onda de vagas no RS
08/11/2021
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Gigantes do setor da proteína animal vêm abrindo uma série de vagas de trabalho no RS e chamando a atenção de quem busca oportunidades no mercado. O movimento, segundo representantes do segmento, acompanha o avanço nas vendas de cortes de frango e de suínos no país e no Exterior - em especial à China, que suspendeu a compra da carne bovina brasileira, mas demanda cada vez mais a produção de avicultores e suinocultores.
Entre as empresas com vagas disponíveis, estão a Marfrig, que abriu seleção para o frigorífico Pampeano, em Hulha Negra, no Sul, a Seara (ligada à JBS) em Ana Rech, na Serra, e a BRF. Esta última tem dois processos seletivos em andamento: um deles em Lajeado, no Vale do Taquari, e outro para um programa de trainee em 24 municípios gaúchos.
Diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua diz que o ano de 2021 tem sido desafiador, mas, ainda assim, rendido bons resultados para quem trabalha com aves e suínos. A perspectiva é de aumento na produção desses dois tipos de carne, o que já vem ocorrendo para atender tanto ao mercado externo quanto doméstico (veja o quadro). Isso se reflete nos empregos.
- Só em 2020, o setor contratou 20 mil pessoas a mais no país (sendo que já emprega, de forma direta, cerca de 500 mil), por conta do crescimento da demanda. Em 2021, estamos mostrando resiliência diante dos desafios, em especial do salto nos custos de produção, e, com o avanço da vacinação, há um fôlego novo no ar - destaca Rua.
À frente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo Santos concorda. Ele conta que, com a escalada no preço do milho (principal ingrediente da ração animal), muitos produtores pisaram no freio. Agora, com a crescente adesão às vacinas e a retomada das atividades, há uma reestruturação para atender à demanda, ainda mais frente à elevação no preço da carne bovina.
- Estamos ainda cautelosos, porque nossas margens são as menores do mercado, mas a demanda está aquecida e temos um compromisso social. Só a avicultura gera 40 mil empregos diretos no Estado e 600 mil indiretos - ressalta Santos.
Conforme Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), há, ainda, um outro fenômeno em andamento: a busca por profissionais com maior capacitação técnica para auxiliar no processo de modernização das propriedades, com a adoção de regras mais rígidas em termos de biossegurança e de bem-estar animal.
- Há um processo de transformação no setor para cumprir novos regramentos e exigências de qualificação. Isso é muito importante e se reflete na oferta de vagas. E, é claro, há o aumento da produção, que sempre pressupõe maior necessidade de mão de obra, além da rotatividade natural e da necessidade de repor aposentados - resume o especialista.
Fonte: Zero Hora