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Solução que tranquiliza a indústria brasileira de aves
01/04/2019
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Tão logo surgiram as primeiras informações de que Jair Bolsonaro pretendia transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, o setor de proteína animal entrou em alerta. A medida causa desconforto aos países árabes, principais compradores do frango do Brasil.
Começou, então, trabalho de convencimento do Planalto de que isso seria um tiro no pé. O Brasil é o maior exportador de aves. E entre os cinco principais consumidores tem dois países árabes, com a Arábia Saudita ocupando a primeira posição.
O sinal passou de amarelo para vermelho quando, alegando questões técnicas, os sauditas descredenciaram frigoríficos brasileiros para a exportação. O fato levantou suspeita de retaliação.
Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), avalia que os números apresentados e a atuação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tiveram papel importante na mudança de avaliação do governo.
A decisão de abrir um escritório de negócios em Jerusalém, anunciada ontem por Bolsonaro, seria um meio-termo, na avaliação de Turra, que completa:
– A embaixada, para nós, seria preocupante. O setor e o governo terão um escritório em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Acho que compensa.
No primeiro bimestre deste ano, em meio à polêmica da possível transferência da embaixada, o volume de compra de frango brasileiro pela Arábia Saudita apresentou recuo (veja abaixo), sendo que, no mês de fevereiro, a China assumiu a posição de maior comprador do produto.
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira também considerou essa uma “boa medida”, que permitirá ao Brasil fortalecer suas relações comerciais. Em outras palavras, garante negócios sem entrar na delicada questão geopolítica da região.
Em solo brasileiro, Tereza Cristina articula jantar com embaixadores árabes, fazendo contraponto à visita do presidente Bolsonaro à Israel.
Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Zero Hora