O valor bruto da produção de grãos do Estado em 2018 foi projetado pela Farsul em R$ 39,16 bilhões. O resultado, 12,2% acima do alcançado na safra passada, mesmo com uma colheita um pouco menor neste ano, é explicado pelo aumento dos preços da soja e do milho, provocado por demanda maior que a produção mundial e, sobretudo, pela desvalorização do real diante do dólar, que alcançou R$ 3,60 nesta semana. De acordo com o estudo divulgado ontem pela assessoria econômica da Farsul, o arroz ficou na contramão, reduzindo seu valor bruto de R$ 6,9 bilhões em 2017 para R$ 6 bilhões neste ano. Neste caso, a safra foi menor e os preços caíram em relação aos de 2017. O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, enfatiza que o estudo foi desenvolvido para demonstrar que grande parte dos R$ 39,16 bilhões gerados pelas lavouras gaúchas é injetado em outras áreas da economia. Segundo o levantamento, dois terços do volume de faturamento – R$ 26 bilhões – são desembolsados com segmentos como sementeiras, seguradoras, instituições financeiras e indústrias de fertilizantes, química, farmacêutica e metal-mecânica, para viabilizar a produção. “Muitas pessoas sequer percebem que seu emprego e sua empresa dependem deste desempenho de safra”, comenta Da Luz.
De acordo com o estudo, o agronegócio irá gerar R$ 129,3 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB), em 2018, o equivalente a cerca de 40% do PIB do RS. Diante dos números, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, defende uma mudança de conceito. Para ele, a agricultura não pode mais ser chamada de atividade primária. “A agricultura moderna pressupõe que até termos o produto final, o grão, ele já agregou muito valor”, afirma. “A atividade está num conceito intermediário hoje, tanto é verdade que temos diversas indústrias que precedem este grão”

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV